Biólogo explica “sumiço” das ararinhas-azuis da caatinga
Um momento histórico e significativo para o Sertão do São Francisco e, principalmente para Curaçá, no norte da Bahia, irá marcar o próximo dia 11 de junho. Ararinhas -azuis, espécie nativa ameaçada de extinção, que teve sua última aparição em outubro de 2000 pela região, serão reintroduzidas ao seu local de origem.
Uma das maiores dúvidas acerca da quase extinção das ararinhas-azuis diz respeito ao motivo que as levou a “sumirem.” De acordo com o Diretor do Projeto Bluesky Caatinga, Ugo Vercillo, a caça ilegal desenfreada foi crucial para o desaparecimento das aves. “A ararinha sempre foi muito procurada para o tráfico ilegal de animais como item de colecionador, capturadas muito jovens e enviadas ao exterior até o último macho desaparecer em 2000”, explica.
Após anos de trabalho para a recuperação da espécie, em março de 2020, 52 ararinhas-azuis (49 oriundas da ACTP Alemanha e três do Zoológico Pairi Daiza na Bélgica) chegaram a Curaçá, onde estão sendo preparadas para viverem livres na natureza a partir do dia 11 de junho.
Após serem soltas, as ararinhas-azuis serão monitoradas para que se perceba o comportamento delas na natureza, uma vez que só vivera em cativeiro. “Essa é a primeira soltura de outras que pretendemos fazer ao longo dos anos. Agora é contar com a parceria da população da localidade de onde a ave é oriunda, em Curaçá, para que também auxiliem no cuidado da espécie e possamos preservá-la, contar com a conscientização das pessoas para que não capturem a ararinha-azul para que elas possam se reproduzir e voar livre”, destaca Ugo.