Mães de autistas pedem continuidade das mesmas auxiliares especialistas na rede municipal
A sessão na Casa Plínio Amorim desta quinta-feira (13) contou com a participação de um grupo de mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) “Ensinar com inclusão incluir”, onde todas foram representadas no uso da tribuna pela Sheila Rodrigues. A presença delas foi para reforçar uma demanda feita à Prefeitura de Petrolina referente a extinção do cargo dos auxiliares especialistas para os alunos autistas.
Mesmo cientes de que a decisão do município tem objetivo de contenção de gastos, as mães relataram que as crianças terão prejuízos no aprendizado, uma vez que os pequenos possuem um tempo de resposta diferente das demais. Elas receberão o acompanhamento de pessoas diferentes a que já estavam acostumadas na Rede Municipal de Ensino.
“Esses auxiliares representam hoje um custo-salário maior e esses assistentes educacionais custariam no caso 50% menor para o município. Essa é a didática, não estão se preocupando com qualidade. Os que estão entrando (profissionais) vão receber uma capacitação inferior ao que era previsto anteriormente nos editais que nós temos em mãos”, criticou Sheila. “Fere também os princípios do direito de proteção aos autistas. Então a gente está lutando para que haja continuidade da função (…) de forma mais urgente através de um novo edital”, finalizou.
Luciana Gomes é mãe de duas crianças autistas e abordou a situação. “Até o ano passado a gente tinha os auxiliares, pessoas preparadas para estar com eles na sala de aula para dar o apoio educacional. Esse ano fui surpreendida porque terminou o contrato deles e não teve outro processo seletivo e não terá. O que teve foi um processo seletivo para assistente educacional, alguns não têm nem Ensino Médio Completo”, contou.
“A Prefeitura esclarece que a rede Municipal tem evoluído nos três últimos anos na política da Educação Especial/Inclusiva, ofertando o processo regular de ensino, um quadro de profissionais capacitados, a exemplo do professor do AEE (Atendimento Educacional Especializado), interprete e instrutor de LIBRAS e professor brailista. A gestão disponibiliza também profissionais de apoio as crianças e adolescentes que tem a necessidade comprovada, conforme determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Com o encerramento dos contratos temporários dos profissionais, após dois anos de permanência em atividade, que é o limite máximo que a legislação permite, a Secretaria de Educação realizou nova seleção e ressalta que todos os profissionais de apoio contratados receberão formação para atuar. A SEDUCE ressalta que a mudança de profissional não traz nenhum prejuízo pedagógico ao estudante, visto que a função pedagógica é desempenhada pelo professor regular de ensino”.