O número de doações de órgãos disparou e bateu recorde em todo o Brasil. Os dados foram coletados junto à Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e mostram que o País vive o melhor cenário de doações em 20 anos.

Em 2017, o estado de Pernambuco teve 188, registrando o número de 63,4 transplantes realizados por milhão de habitantes. Mas a notificação de órgãos disponíveis para transplante foi maior, 558. Desses 341 casos precisaram que a equipe de saúde realizasse entrevista com os familiares. Mesmo assim, 44% deles recusaram a doação dos órgãos do familiar. Entre os órgãos que não puderam ser doados, 27% tiveram contraindicação médica, 1% foi afastado da opção para doação por parada cardíaca, em 11% houve recusa por morte encefálica não confirmada. Outro 1% foram por casos não listados na coleta de dados da pesquisa.

Já no cenário nacional, foram cerca de 27 mil transplantes, dados que representam a retomada de crescimento após alguns anos de retração e avanços pequenos. Em relação à taxa de doadores efetivos — aqueles que tiveram órgãos transplantados em outras pessoas — até 2017 foram sete trimestres seguidos de crescimento do indicador — algo inédito desde 2009, quando a ABTO começou a publicar balanços trimestrais.

Dois decretos assinados pelo presidente da República, Michel Temer, um em 2016 e outro em 2017, também foram essenciais para o aumento na taxa de doadores efetivos. Um deles determina que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) permaneça em solo exclusivamente para transporte de órgãos para transplante. Desde a assinatura do decreto, em junho de 2016, a FAB transportou 512 órgãos: 235 fígados; 143 corações; 76 rins; 21 pâncreas; 27 pulmões; 6 tecidos ósseos; e 4 baços. Já o Decreto nº 9.175/2017 regulamenta e detalha os critérios de notificação de morte encefálica. Com ele, essa notificação deixa de ser obrigatoriamente feita por neurologistas e torna-se atribuição de outros médicos, devidamente treinados.