Aplicativos de relacionamento poderão ter obrigatoriedade de campanhas educativas
Dados da Anatel (2017) indicam que o Brasil possui, cerca de 241 milhões de celulares, ou seja, 1,16 celular para cada pessoa vivendo no nosso país. Juntamente com esta informação, vem uma nova forma de as pessoas se relacionarem. Festas não são mais o principal ponto de encontro das pessoas interessadas em conhecer outras pessoas . Hoje, o principal meio para se encontrar parceiros sexuais são os aplicativos de relacionamento, que estão em cerca de 20% dos celulares do país.
Estas estatísticas sociais se encontram com as estatísticas da saúde mostrando o Brasil com cerca de 830 mil pessoas vivendo com o HIV atualmente, porém, 13% desconhecem o seu estado sorológico e apenas 65% segue o tratamento anti-HIV oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo este sendo oferecido de forma universal e gratuita.
Diversos estudos afirmam que diferentes determinantes sociais podem dificultar o acesso ao diagnóstico, porém, uma coisa parece ser comum em todos os casos: as pessoas têm medo de saber. Tudo isso motivou o deputado federal Pompeu de Mattos (PDT/RS) a apresentar proposta que “Dispõe sobre a obrigatoriedade dos aplicativos de relacionamento disponíveis no Brasil a realizarem ações virtuais e presenciais de promoção da saúde sexual e reprodutiva e combate ao preconceito e discriminação”.
O deputado, baseado nas estatísticas, considera que o uso das mídias sociais está afetando a dinâmica de transmissão sexual. “Portanto, como cobrar dessas empresas que têm negócio no Brasil, uma contrapartida para a saúde dos seus usuários? Uma boa alternativa seria exigir que todos os aplicativos disponíveis no Brasil e que tivessem alguma fonte de renda fossem incentivados a realizar ações virtuais para a promoção da saúde sexual e reprodutiva dos usuários dos aplicativos”. Justifica o parlamentar.