Grupo que aconselha OMS aprova intervalo maior entre doses de vacina anti-Covid
O Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (Sage) da OMS avalizou o espaçamento entre as duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech contra Covid-19, estratégia adotada pelo Reino Unido e pela Dinamarca para acelerar a imunização da população.
O grupo divulgou nesta terça (5) recomendações de saúde pública para o emprego do imunizante, o único incluído até agora na lista de uso emergencial da OMS (Organização Mundial de Saúde). Os especialistas afirmam que, embora o recomendado seja aplicar as duas doses em intervalo de 21 a 28 dias, aceita-se que a segunda injeção seja dada até seis semanas depois da primeira, para maximizar o alcance da imunização quando houver escassez de vacinas.
Segundo o secretário do grupo, Joachim Hombach, nos ensaios clínicos realizados com o produto da Pfizer/BioNTech houve variações de intervalo entre as doses, de até 42 dias, por isso a recomendação do Sage adota seis semanas como limite máximo para a segunda injeção.
Os especialistas observaram porém que ainda faltam dados sobre o funcionamento do imunizante administrado em diferentes intervalos, e não é possível saber o impacto de espaçar as doses em até 12 semanas, estratégia adotada pelo governo britânico.
As autoridades de saúde do Reino Unido justificaram a medida com base em dados do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização, que afirma que a primeira dose garante “proteção substancial, em particular para Covid-19 grave, dentro de duas a três semanas de vacinação”. O primeiro-ministro Boris Johnson conta com a aceleração da campanha de vacinação para relaxar as restrições do novo confinamento, decretado nesta segunda (4).
O médico Alejandro Cravioto, chefe do grupo consultivo da OMS, disse que as decisões são tomadas em cada país com base em sua situação epidemiológica, o que é esperado. “As evidências para decidir políticas públicas ainda estão se desenvolvendo”, afirmou Kate O’brien, também integrante do Sage. (Folhapress)