Petrolina fecha semana com recorde de casos de Covid-19, contabiliza pesquisa da Facape
Petrolina fecha a semana com um recorde no número de casos de Covid-19, um total de 652 aponta estudo da Facape. Segundo atualização do boletim covid-19, comandado pelo professor e pesquisador, João Ricardo Lima, da Facape, o pico da pandemia até então era o período entre 27 de julho e 02 de agosto com 487 novos casos e a semana seguinte, entre 03 de agosto e 09 de agosto com 485 casos. Para o pesquisador, o grande agravante do aumento de casos na cidade ocorre devido ao período eleitoral.
O mês de agosto intensificou o processo de flexibilização das atividades de comércio, algo muito importante, pois a crise de saúde gerou uma crise econômica. Contudo, segundo aponta a pesquisa da Facape, o processo de flexibilização ocorreu de forma incorreta e apressada, sem medir os impactos de cada etapa de abertura e sem a realização de um processo de conscientização da população.
De acordo com os dados, em setembro o número de casos já começou a voltar a subir. Com isto, houve uma impressão por parte da população, de que a pandemia teria sido controlada, e os índices de isolamento, que tinham estabilizado, mesmo com a abertura do comércio, voltaram a diminuir. Desde então as pessoas que deixaram o isolamento, se aglomeraram e não seguiram mais à risca os protocolos de prevenção.
O processo eleitoral feito de forma totalmente irresponsável pelos políticos, também agravou a situação da pandemia. As autoridades demoraram muito para impedir as carreatas e passeatas. As consequências de tudo isso aparecerão rapidamente, entre 15 e 21 dias, a quantidade de novos casos ainda deve crescer muito, aponta a pesquisa. A única coisa que pode impedir isto de aparecer nos resultados é se houver uma queda nas testagens. Se as cidades voltarem a testar algo em torno de 2500 testes por semana em Petrolina-Pe e próximo de 1000 testes em Juazeiro-Ba, todos vão presenciar o forte crescimento da quantidade de casos ativos nas cidades.
Petrolina nunca teve tantos casos ativos, o número atual supera os 2.000 casos. A cidade já chegou a ter apenas 621 casos, no dia 06 de setembro. Para o pesquisador João Ricardo, esses são erros na condução da pandemia que poderiam ter sido evitados. A população erra ao reduzir os cuidados e os empresários também erram, quando visam lucro e permitem ter uma quantidade muito grande de pessoas em seus estabelecimentos comerciais e mesas de bares e restaurantes, mesmo sendo a céu aberto.
“Assim, quem tiver consciência, se cuide. Este momento é o pior já vivido em termos de possibilidades de se contrair a doença. Temos que agradecer os profissionais de saúde que entendem melhor a melhor a pandemia hoje, e estão melhor treinados para evitar o pior. Mesmo assim, a cada 100 pessoas contaminadas, dois irão a óbito. E ninguém quer ser um destes ou perder um membro da família”, conclui João Ricardo.