Um levantamento do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) apontou que, em 2018, 9,3% dos brasileiros afirmaram ter o hábito de fumar. Porém, nos últimos 12 anos, houve uma queda expressiva de 40% no número de fumantes. Mas ainda há quem resista em largar esse vício que é a principal causa de mortes evitáveis em todo mundo. O consumo provoca várias causas de doenças vasculares, como infarto, doenças vasculares periféricas, AVC (acidente vascular cerebral), aneurismas, entre outros.

A nicotina e o monóxido de carbono são dois produtos químicos do cigarro que causam vários danos à saúde. A nicotina, além de viciante, tem efeitos prejudiciais às artérias de todo o corpo. “Eles aumentam a pressão arterial e são vasoconstritores, o que significa que faz com que as artérias em todo o corpo se tornem menores. Isso torna mais difícil para o coração bombear o sangue através das artérias constritas e faz com que o corpo libere suas reservas de gordura e colesterol no sangue”, explica o Dr. Denisson Macedo, cirurgião vascular da MedVitta, no Centro de Petrolina.

Quando uma pessoa fuma, há o endurecimento e estreitamento das vias arteriais, chamado de aterosclerose. “A formação de coágulos sanguíneos é de duas a quatro vezes mais provável. Fumar reduz seus níveis de colesterol ‘bom’ e aumenta seus níveis de colesterol ‘ruim’, diminui a mobilização do colesterol pelo corpo e contribui para o seu acúmulo nas artérias”, pontua Dr. Denisson. Isso contribui para o aumento do risco de infarto, derrame e amputação de membros, segundo o especialista.

Outra patologia muito comum provocada pelo consumo de cigarro é o AVC. Segundo o especialista, o cigarro estreita as artérias do cérebro e as artérias carótidas, que levam o sangue ao cérebro. “O cérebro pode ficar sem sangue por uma obstrução causada por uma placa de gordura ou um coágulo, dependendo da parte do cérebro afetada, o derrame pode até ser fatal”, completa.

Fumar é uma das principais causas de doença vascular periférica (DAP), que é o entupimento das artérias que transportam sangue para as pernas e os braços. “Esses pacientes são significativamente mais propensos a terem dor nas pernas ao caminhar, a enfrentar gangrena e amputações e não ter sucesso no tratamento da doença quando não interrompem o tabagismo”, frisa.

Fumar também pode ter um efeito perigoso nos aneurismas. Os consumidores são mais propensos a desenvolverem aneurismas do que os não fumantes e esses aneurismas têm mais chances de romper. Quando esses vasos dilatados se rompem, pode ocorrer hemorragia interna, que muitas vezes, é fatal.