Governo federal quer abstinência sexual dos jovens como política

Governo federal quer abstinência sexual dos jovens como política

Na tentativa de prevenir a gravidez na adolescência, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos estuda criar programa que estimule jovens a não fazer sexo ou a adiar o início da vida sexual. À Folha de S.Paulo, a secretária nacional de família, Angela Gandra Martins, diz que a pasta avalia atualmente modelos de políticas “de escolhi esperar, de retardar a relação sexual”.

Segundo ela, a ideia é criar um programa para conscientizar jovens sobre o que é uma relação sexual e sobre suas consequências. “É conscientizar mais do que dizer apenas ‘faça, vá em frente’, e mostrar que uma relação é algo que toca o núcleo das pessoas, não é só algo físico”, afirma. Questionada se a proposta também deve estimular a oferta e uso de preservativos, Martins afirma que a pasta estuda uma “nova visão” e “outro caminho” para o combate à gravidez na adolescência.

Em nota, o ministério afirma que a política do uso de contraceptivos está a cargo do Ministério da Saúde e que o modelo será complementar. Diz ainda que “os contraceptivos não apresentam 100% de eficácia” “”os métodos mais conhecidos de prevenção, porém, têm eficácia que chega a 99,9%, se seguidas as recomendações de uso. A proposta é semelhante à defendida por movimentos religiosos como o Eu Escolhi Esperar, que defende que jovens cristãos esperem o casamento para terem relações sexuais.

O fundador do movimento, o pastor Nelson Neto Jr., foi um dos convidados de um seminário promovido pela pasta em dezembro na Câmara dos Deputados com foco na prevenção à vida sexual precoce e gravidez na adolescência. O encontro também teve a presença de Mary Anne Mosack, presidente da Ascend, associação fundada nos EUA. A associação diz atuar no campo de prevenção de riscos sexuais por meio do incentivo para que jovens “tomem decisões saudáveis” sobre sexo. (Folhapress)

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