Após 23 anos, acusado de matar professora em Petrolina passa pela primeira audiência de instrução

Após 23 anos, acusado de matar professora em Petrolina passa pela primeira audiência de instrução

Na manhã desta sexta-feira (11), o homem acusado de matar a professora Mary Vânia de Almeida vai passar pela primeira audiência de instrução do caso. No dia 18 de abril de 1998, Nilson Caxias de Souza matou a ex-namorada, com três facadas. O crime aconteceu dentro da casa da vítima, no Centro de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A filha da professora, que na época tinha apenas 7 anos, testemunhou o crime.

“Estou tendo que reviver tudo. É como se eu tivesse sido transportada para aquele momento. Muita coisa voltou. Passei esses anos todos tentando esquecer o que aconteceu e agora, tudo o que eu tenho feito é relembrar”, diz a engenheira eletricista Jéssica Peixinho, filha da vítima, que hoje tem 29 anos.

Apesar de toda a repercussão que o crime teve na época, o acusado só foi preso em setembro do ano passado, na cidade de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador. Nilson levava uma vida normal, casado, com três filhos, casa própria e trabalhando com frete. O crime só não prescreveu porque em 2014 o juiz suspendeu a prescrição até a prisão do suspeito.

Mesmo com Nilson sendo preso em setembro, a família da vítima só tomou conhecimento em abril. “Essa sensação de impunidade tem sido muito difícil. Ele destruiu minha família, tirou de mim a minha mãe e seguiu a vida dele como se nada tivesse acontecido, como se minha mão não fosse nada, a vida dela não fosse nada. Ele seguiu com a esposa, com os filhos, tendo uma vida normal”, afirma Jéssica.

Nilson Caxias está cumprindo prisão domiciliar em Simões Filho desde fevereiro. A primeira audiência de instrução acontece de forma online. A justiça vai definir se ele vai ou não a júri popular. 23 anos depois, a filha da vítima espera por justiça.

“As provas contra ele são muito contundentes. Foi na minha frente, eu vi tudo. Desde meus sete anos que eu reafirmo que foi ele. A empregada da casa também viu ele saindo, ela também presenciou ele dentro da casa, o que aconteceu com minha mãe. Estamos indo agora para justiça para ver se depois de tantos anos a gente tem o mínimo de justiça por minha mãe.

De acordo com Jéssica, “o crime está sendo pedido que seja duplamente qualificado. Então, a gente estaria indo para uma condenação de no mínimo 12 anos, por causa das qualificações”.

“Infelizmente, minha mãe não volta. Os anos de juventude dele ele seguiu com uma vida normal, com a família dele. Agora, o que a gente espera é que ele, pelo menos, pague pelo que ele fez perante a justiça”, afirma.

O promotor de justiça que acompanha o caso, Fernando Della Latta, informou que vai se pronunciar após a audiência. O G1 tentou contato com a defesa de Nilson Caxias, mas não recebemos resposta. (G1)

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