Governo Bolsonaro admite que valor destinado a pesquisa científica após cortes é insuficiente

Governo Bolsonaro admite que valor destinado a pesquisa científica após cortes é insuficiente

O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu no fim da noite desta quinta-feira (28) a redução na cota de importação de equipamentos e insumos destinados à pesquisa científica, como mostrado pela Folha de S.Paulo na terça-feira (26).

A medida afeta principalmente as ações desenvolvidas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no combate à pandemia da Covid-19.

Em nota assinada pela Secretaria Especial de Comunicação Social, pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pelos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Economia, o governo diz ter havido “ruído de informações” e que busca “com urgência” uma solução para o problema orçamentário.

A Folha de São Paulo mostrou que houve um corte de 68,9% da cota de importação de equipamentos e insumos. Em 2020, o valor foi de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão, em valores de hoje). Para 2021, serão apenas US$ 93,29 milhões (R$ 499,6 milhões).

“De fato, a redução na cota de importação de equipamentos e insumos destinados à pesquisa científica ocorreu, mas não por determinação do presidente Jair Bolsonaro ou decisão premeditada do governo federal, conforme publicado pela imprensa”, diz a nota distribuída pelo Planalto no fim da noite desta quinta.

O governo disse que a dimensão do corte resultou de “um ruído de informações no âmbito da administração federal” e que “jamais ocorreria sem uma fundamentação prévia, como é de praxe”.

De acordo com o Executivo, desde 2017, o valor da cota de importação se estabilizou em torno de US$ 300 milhões. Em 2018, valor caiu para US$ 203 milhões, mas voltou a ser de US$ 300 milhões em 2020, sendo que, deste total, US$ 80,3 milhões foram para a Fundação Butantan e US$ 47,7 milhões para a Ficoruz, “certamente em função da pandemia”, diz o governo.

“Para 2021, foram previstos US$ 93,29 milhões, valor que, embora baseado nas efetivas importações realizadas em anos anteriores, foi avaliado, posteriormente, como não condizente com a necessidade de cotas para as áreas de C&T [ciência e tecnologia]”, diz a nota.

O governo argumenta que o valor já estava definido no projeto de lei orçamentária anual e que é impossível corrigi-lo, mas afirma que há compromisso dos ministérios de Ciência e Tecnologia e da Economia para “buscarem com urgência uma solução para o problema orçamentário”. (Folhapress)

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