7 em cada 10 não encontraram fonte de renda para substituir auxílio emergencial, diz Datafolha

7 em cada 10 não encontraram fonte de renda para substituir auxílio emergencial, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha realizada nos dias 20 e 21 de janeiro mostra que 69% dos brasileiros que receberam o auxílio emergencial não encontraram outra fonte de renda para substituir o benefício.

De acordo com o levantamento, 40% da população solicitou o auxílio. Entre aqueles que tiveram direito a ele, 89% já receberam a última parcela.
Afirmaram ter economizado recursos para quando o auxílio terminasse 38% dos beneficiados.
Na média, foram pagas 4,5 parcelas do auxílio a cada beneficado.
O instituto ouviu, por telefone devido às restrições sanitárias da pandemia, 2.030 pessoas em todo o Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Com o fim do pagamento do benefício para a maioria das pessoas, aumentou o percentual de famílias que tiveram queda na renda por causa do coronavírus, segundo a pesquisa.

Entre os que receberam alguma parcela do auxílio emergencial, 51% afirmaram ter perda de renda na pesquisa realizada no início de dezembro. Agora, são 58%.
Na pesquisa anterior, 14% dos beneficiários apontavam ter tido aumento de renda. Agora, são 12%, oscilação dentro da margem de erro.
Em dezembro, o auxílio tinha garantido a manutenção do nível de renda familiar para 34% dos beneficiados entrevistados. Em janeiro, eram 29% os que estavam com o mesmo nível de renda anterior à pandemia.
O fim do auxílio está entre os fatores que contribuíram para o aumento na reprovação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo a pesquisa Datafolha, o presidente é avaliado como ruim ou péssimo por 40% da população, ante 32% que assim o consideravam na rodada anterior da pesquisa, no começo de dezembro. Já quem acha o presidente ótimo ou bom passou de 37% para 31% no novo levantamento.
Embora haja pressão para prorrogar o benefício, medida que é discutida inclusive pelos candidatos à presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, o gasto adicional é descartado pelo Ministério da Economia e visto como um risco para a política econômica por grande parte do mercado financeiro.
A pressão por novos gastos se deve à demora para vacinação da população e o aumento das medidas de distanciamento social neste início de 2021.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou, no entanto, que a equipe econômica avalia que o momento não demanda medidas nesse sentido, a não ser que haja um novo fechamento amplo de atividades decretado por governadores e prefeitos.
Em 2020, o auxílio foi pago por meio de crédito extraordinário. Por isso, o dinheiro não foi contabilizado como despesa para apuração do limite do teto de gastos. Para que o mesmo não ocorra em 2021, seria necessário recorrer ao mesmo expediente.
De acordo com o painel de gastos com a pandemia elaborado pela IFI (Instituição Fiscal Independente), dos R$ 524 bilhões pagos pelo governo federal em todas as ações relacionadas ao enfrentamento da Covid-19 até o momento, R$ 293 bilhões se referem ao auxílio. Ainda há cerca de R$ 2 bilhões liquidados, mas que ainda não foram pagos (restos a pagar em 2021).
As primeiras parcelas do auxílio foram pagas em abril, mas há pessoas que só conseguiram liberar o benefício ou fizeram a solicitação posteriormente.
De acordo com o site da Caixa, há beneficiários que ainda receberão a última parcela, em alguns casos mais de uma, até o final de janeiro.
Houve também uma sobra de R$ 28,9 bilhões autorizados por lei, mas que só poderiam ser utilizados caso houvesse uma prorrogação do benefício para o ano corrente.
Projeção da IFI aponta, por exemplo, que seria possível pagar mais três parcelas de R$ 300 a 25 milhões de pessoas a um custo aproximado de R$ 15 bilhões.
Segundo a Caixa, 67,9 milhões de pessoas receberam o benefício (4 em cada 10 brasileiros em idade de trabalhar.). Destes, 19,2 milhões estão inscritos no Bolsa Família e voltaram a receber o benefício desse programa a partir de janeiro.
As primeiras parcelas do auxílio foram de R$ 600 (podendo chegar a R$ 1.200 por família). A partir de setembro, houve a extensão do benefício em até quatro parcelas, mas com valor reduzido de R$ 300 (R$ 600 para famílias com direito a duas cotas). O benefício médio do Bolsa Família é de R$ 190 por família (chegando ao máximo de R$ 205).
Quase 43% de todos os recursos do auxílio, cerca de R$ 125 bilhões, foram para o Norte e o Nordeste. O auxílio foi pago a trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados. (Folhapress)
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