Em Pernambuco, quatro são presos por integrar organização que explorava sexualmente adolescentes
Deflagrada na manhã desta quarta-feira (30), a Operação Fim de Festa levou a Polícia Civil de Pernambuco a prender três homens e uma mulher acusados de integrarem uma organização criminosa que praticava crimes de prostituição de exploração de adolescentes.
Além dos quatro mandados de prisão, foram cumpridos três de busca e apreensão domiciliar no Recife, todos expedidos pela 1ª Vara de Crimes Contra a Criança e o Adolescente. Participaram da operação 30 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.
As investigações foram iniciadas em agosto de 2017. De acordo com o delegado Geraldo da Costa, titular da Delegacia de Polícia de Crimes Contra a Criança e Adolescente (DECCA), a Polícia Civil tomou conhecimento de um esquema de exploração sexual de menores a partir do depoimento de vítimas e do Conselho Tutelar.
Segundo as investigações, a atuação da quadrilha começou no bairro de Santo Amaro e, com o passar do tempo, foi sendo expandida. O líder do esquema chegou a manter uma casa, no bairro do Vasco da Gama, conhecida como “Casa Verde”. O local era destinado à prostituição de adultas e adolescentes. “Ele tem uma vasta rede com mais de 700 clientes. Mais de 800 garotas e mulheres já trabalharam para ele”, aponta o delegado.
Os suspeitos criavam contas falsas em redes sociais, se passando por mulheres, para convencer as menores de idade a entrarem no esquema de exploração sexual. “Ele sempre usava o argumento de que, com o dinheiro dos programas, as vítimas – que são na maioria de classes com menor poder aquisitivo – conseguiriam comprar celulares ou o que elas quisessem”, detalha. Foram identificadas 26 adolescentes aliciadas, com idades entre 14 e 18 anos. A Polícia, no entanto, acredita que o número de vítimas pode ser ainda maior.
Os crimes apontados são de induzimento à prostituição de adolescente, favorecimento à prostituição, manutenção de casa de prostituição, rufianismo (crime de obter vantagem econômica de quem pratica a prostituição) e armazenamento de imagens pornográficas de adolescentes. As penas variam de um a dez anos de prisão.
“O principal alvo da operação confessou tudo. Disse que vive disso há oito anos. Ele convencia as meninas através da internet e, para elas entrarem no esquema, precisavam passar uma primeira noite com ele. Era uma espécie de teste. A mulher que também chegou a ser presa ensinava as garotas a como se comportarem nas festas e nos encontros com os clientes”, conta.
Na segunda fase da operação, a Polícia Civil pretende descobrir as identidades dos clientes da quadrilha. “Temos a denúncia de que militares e policiais podem estar envolvidos, mas os aliciadores não entregaram nomes de ninguém. Eles organizavam festas para esses pessoas em endereços diferentes. Recentemente, estavam funcionando em um endereço no bairro do Arruda”, explica. (FolhaPE)