Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) investiga o possível primeiro caso confirmado no Brasil de Candida auris, um tipo de fungo que pode ser resistente às três principais classes de fármacos antifúngicos. Identificado pela primeira vez em 2009, no Japão, o superfungo não tinha registro no país, mas na última segunda-feira um paciente internado em UTI adulto em hospital do estado da Bahia pode ter sido o primeiro caso. Ontem, a Anvisa publicou um alerta aos serviços de saúde e laboratórios de microbiologia “para adotar as ações de prevenção e controle da disseminação desse fungo de forma oportuna”.

De acordo com o comunicado da Anvisa, “foi organizada uma força-tarefa nacional para contemplar a nova situação epidemiológica do país, a inclusão de outros laboratórios como referência para a rede nacional e as novas evidências científicas disponíveis”, diz o comunicado, segundo o qual, o superfungo “representa uma grave ameaça à saúde global.”

“O que sabemos é que esse fungo foi isolado de um cateter de um paciente que estava internado, mas exatamente, saber se esse é o paciente número 1 ou se efetivamente há mais de um paciente, está sendo investigado ainda”, afirmou o médico infectologista Antônio bandeira, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia.

O médico informou que diversas medidas de higienização foram tomadas no hospital. “Esse fungo tem uma característica diferente, porque a maior parte dos fungos não tem transmissão de pessoa a pessoa. A gente vê isso geralmente com bactérias multirresistentes. No entanto, esse fungo pode ser transmitido de pessoa a pessoa. Ou seja, pode ter a transmissão por contato. Além disso, pode ficar em superfícies e servirem de material intermediário para infecção.” (DP)