A declaração de 2ª feira foi respondida com questionamentos quanto à necessidade do isolamento social e paralisação de atividades econômicas. Nesta 3ª, a especialista quis “esclarecer” sua colocação:
“Eu me referi ontem a 2 ou 3 estudos publicados que tentaram encontrar casos assintomáticos e as pessoas que tiveram contato com eles para determinar quantos foram infectados. Mas é uma amostra de estudos muito pequena. Eu estava respondendo a uma pergunta, não estabelecendo uma política da OMS”.
Na 2ª feira, Kerkhove também citou conteúdo ainda não publicado sobre o assunto ao afirmar que o contágio a partir de pessoas sem sintomas era “muito raro”. Nesta 3ª, ela explicou que o material provém da rede global de pesquisa que a OMS articula, o que concede acesso a investigações em curso. Ela acrescentou:
“O que eu não disse ontem é que, como essa é uma questão na maior parte desconhecida, foram projetados modelos para estimar o percentual de pessoas assintomáticas capazes de transmitir a doença. A diferença é muito grande, dependendo de como e onde cada modelo foi elaborado”.
Ao falar das estimativas existentes, a especialista disse que “algumas estimativas indicam que cerca de 40% das transmissões podem ser a partir de indivíduos assintomáticos”.. Nesta 3ª, ela salientou a predominância do contágio a partir de pacientes com sintomas –que, segundo o OMS, devem ser o foco no controle da pandemia.
“Se nós realmente acompanharmos todos os casos sintomáticos, isolá-los, acompanhar as pessoas que tiveram contato com eles e os isolar, nós reduziríamos drasticamente a transmissão”, declarou.
Outro ponto levantado por Kerkhove é a diferença entre indivíduos assintomáticos (que não desenvolvem nenhum sintoma da doença) e indivíduos pré-sintomáticos (que desenvolvem os sintomas alguns dias depois de contrair o vírus). Em ambas a situação, é possível transmitir a doença a outras pessoas. (PODER360)