Moro se demite após troca de comando da PF
O agora ex-ministro disse que, desde o segundo semestre do ano passado, “o presidente passou a insistir na troca do diretor-geral da PF”.
– Não tenho nenhum problema, mas eu preciso de uma causa relacionada a uma insuficiência de desempenho, erro grave […] No geral, é um trabalho bem feito. Várias dessas operações importantes, de combate ao crime organizado e a corrupção, […] o trabalho vinha sendo feito.
Moro completou dizendo que “não é questão do nome, há outros delegados igualmente competentes. O grande problema é que haveria uma violação à promessa que me foi feita, de ter carta branca, não haveria causa e estaria havendo interferência política na PF, o que gera abalo na credibilidade”.
O ex-ministro afirmou ainda que o presidente o “quer fora do cargo, porque essa precipitação na realização da exoneração não tem muito sentido” — uma referência à exoneração do diretor-geral da PF (Polícia Federal), Maurício Valeixo, e que descobriu decisão pelo DOU (Diário Oficial da União).
No começo do ano, o presidente disse que estudava a recriação do Ministério de Segurança Pública, o que tiraria o comando da Polícia Federal, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os três órgãos mais importantes, da pasta de Moro.
Em agosto do ano passado, o presidente disse que o diretor da PF era subordinado a ele e não a Moro, sinalizando que pretendia trocar o comando.
Valeixo foi indicado por Moro para a direção-geral da PF ainda em novembro de 2018, durante a transição presidencial. Ele era superintendente da Polícia Federal no Paraná, onde, assim como Moro, atuou na Operação Lava Jato. (R7)