47% dos mais pobres querem jovens de volta ao trabalho com máscara
Pesquisa DataPoder360 indica que a população mais pobre está dividida sobre a política de quarentena adotada por Estados e municípios para tentar conter a expansão da covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Para 47% dos desempregados e pessoas sem renda fixa os mais jovens já podem voltar ao trabalho, desde que usando máscaras. Outros 46% dentro desse grupo demográfico acham que todos ainda devem ficar em casa.
Na população total do Brasil, há uma vantagem a favor de que todos permanecem em suas residências: 49% contra 43% que dizem que os mais jovens devem retornar ao trabalho usando máscaras. Outros 7% não souberam ou não responderam.
A diferença é notável quando se compara esta faixa de pessoas mais afetadas pela crise causada pela pandemia com a faixa de pessoas que tem renda superior a 10 salários mínimos (equivalente a R$ 10.045). Nesse estrato, 82% entendem que o ideal ainda é que todos continuem confinados. Coincidentemente, são também os mais abastados os que dizem ter mais condições de permanecer em casa fazendo home office durante a atual crise.
A volta de pessoas mais jovens ao trabalho é uma medida defendida pelo presidente Jair Bolsonaro. Para ele, a paralisação da atividade econômica poderá causar alta taxa de desemprego, o que prejudicaria ainda mais do que o impacto da covid-19 na saúde dos cidadãos.
O militar quer o chamado isolamento vertical, em que apenas idosos e pessoas que tenham comorbidades fiquem isoladas.
A pesquisa foi realizada pelo DataPoder360, divisão de estudos estatísticos do Poder360, em uma parceria editorial do jornal digital Poder360 e o jornal “A Tarde”, de Salvador (BA). O levantamento teve patrocínio da Associação Comercial da Bahia.