Número de mulheres assassinadas em Pernambuco preocupa especialistas
Os números oficiais ainda não foram divulgados pela Secretaria de Defesa Social (SDS), mas quem atua na proteção e no acolhimento de vítimas de violência doméstica confirma: 2020 tem sido um ano violento para as mulheres em Pernambuco. No último domingo (9), a fotógrafa Leandra Jennyfer da Silva, de 22 anos, foi assassinada a tiros pelo companheiro na casa em que eles viviam, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife. A jovem, que deixou dois filhos, foi enterrada nesta segunda-feira (10), em clima de dor e revolta.
Leandra e o marido Raphael Cordeiro Lopes, 32, estavam em uma prévia de Carnaval em Olinda, Região Metropolitana da capital, na noite de sábado, quando uma briga teria começado. A jovem e o marido, então, teriam ido para casa. Lá, os dois teriam entrado em luta corporal e Raphael acabou disparando duas vezes contra a vítima. O filho do casal, de um ano e meio, teria presenciado a morte da mãe. Leandra chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
O casal estava junto há cerca de quatro anos. Raphael era descrito como um homem violento. Segundo a mãe de Leandra, Josiane Oliveira, o homem já havia, inclusive, disparado tiros dentro de casa. “Eu não entrava nem na casa da minha filha”, contou, em entrevista à TV Jornal. “Eu não sei mais o que fazer da minha vida. Tenho três filhos e hoje só me sobraram dois”, lamentou.
A revolta da família foi ainda maior quando o suspeito, que permanece foragido, mandou uma mensagem para a mãe da vítima. “Sei das consequências que vou encarar e nunca vou ter perdão de ninguém, mas foi um acidente”, justificou o homem. Na mensagem, ele ainda pede que a avó cuide do filho do casal. “Você destruiu a minha vida e a vida da minha mulher e ainda tenta falar com a gente?”, respondeu André da Silva, pai de Leandra. (JC)