O presidente alega que não vai conversar com a imprensa porque teme que as suas falas serão “deturpadas” pelos profissionais. Ele ficou incomodado com a repercussão negativa de suas declarações sobre portadores de HIV, a quem se referiu na semana passada como ‘aidéticos’ e afirmou que representam “uma despesa” e um “prejuízo para todos” no Brasil.
O temporal que atingiu São Paulo somou 114 milímetros, o que, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), representa a 2.ª maior chuva para o mês de fevereiro em 37 anos – o volume só não é maior do que o registrado em 2 de fevereiro de 1983, quando chegou a 121,8 mm. O acumulado dos dez primeiros dias do mês já equivale a 96% do previsto para todo o mês.
Os efeitos foram notados em todas as partes da capital e em cidades da região metropolitana, com deslizamentos e dezenas de alagamentos. Procurado, o Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre as chuvas e eventuais medidas que podem ser adotadas.
No mês passado, Bolsonaro sobrevoou áreas atingidas pelas chuvas em Minas Gerais, após o Estado registrar 55 mortes e mais de 45 mil desalojados.
Enquanto a chuva castigava a capital paulista nesta segunda-feira, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), cumpria viagem oficial aos Emirados Árabes Unidos. Em sua conta pessoal no Twitter, o tucano escreveu que é “importante todos ficarem atentos às recomendações de segurança para que se protejam e evitem áreas de risco”.
Doria e Bolsonaro estão com as relações estremecidas há algum tempo. Na semana passada, em entrevista ao Estadão, o presidente criticou o governador. “Não vem me falar desse nome do governador de São Paulo para mim, não. Pergunte se ele sabe o que é “Bolsodoria” (slogan usado pelo tucano na campanha) e se o autorizei a usar alguma vez na vida. Esquece”, afirmou Bolsonaro na ocasião.
Bolsonaro já anunciou as pretensões de disputar a reeleição em 2022, quando poderá ter o tucano como adversário na corrida pelo Palácio do Planalto. (TERRA)