Em novembro, Alemanha enviará ararinhas azuis para cidades de Juazeiro e Curaçá

Em novembro, Alemanha enviará ararinhas azuis para cidades de Juazeiro e Curaçá

Em cinco meses, 50 exemplares de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) serão repatriadas, vindas da Alemanha. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (7) durante a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a associação alemã mantenedora das aves, a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP).

Ao chegarem ao Brasil, provavelmente no mês de novembro, as ararinhas serão levadas para o Centro de Reintrodução e Reprodução da Ararinha-azul, que está sendo construído no Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, uma unidade de conservação (UC) com cerca de 30 mil hectares criada em 5 de junho do ano passado. Somada à Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, de 90 mil hectares, as UCs serão os locais de reintrodução das aves, nos municípios de Juazeiro e Curaçá, na Bahia. A ararinha é endêmica da Caatinga e considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000 e a espécie foi, então, classificada como Criticamente em Perigo (CR), possivelmente Extinta na Natureza (EW), restando apenas indivíduos em cativeiro.

“É a primeira vez em toda a história que a gente vai ter a repatriação de 50 indivíduos. É um terço do plantel, praticamente, que vai vir para o Brasil para a gente fazer todas as atividades de reprodução e reintrodução”, informou Camile Lugarini, coordenadora do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-Azul (PAN Ararinha-azul) do ICMBio, em evento na assinatura do acordo de cooperação.

As ararinhas que estiverem preparadas serão soltas entre 2020 e 2024 em conjunto com maracanãs (Primolius maracana), uma outra espécie com hábitos semelhantes aos da ararinha-azul, e os grupos serão monitorados por cientistas.

Atualmente, existem apenas 166 exemplares da ave em cativeiro no mundo, sendo 13 no Brasil. A ACTP mantém 90% das ararinhas-azuis, após receber os exemplares da Al Wabra Wildlife Preservation, no Catar, que foi recentemente fechada. As 13 ararinhas brasileiras estão alojadas no Criadouro Fazenda Cachoeira, em Minas Gerais, onde nasceram dois filhotes nos dias 14 e 17 de maio. Há ainda 147 indivíduos na Alemanha, dois na Bélgica e quatro em Singapura, países que participam do Programa de Criação e Reprodução em Cativeiro da espécie, carro-chefe do PAN Ararinha-azul. ((o))eco)

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