Como ficar no azul em 2020

Como ficar no azul em 2020

Parece clichê, mas é a verdade. Todo início de ano é a mesma coisa: as despesas são intensas para os consumidores. Os gastos do fim do ano, a exemplo das compras do Natal, juntam-se aos pagamentos do início do novo ano, como IPVA, material e mensalidade escolares.

Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o número de brasileiros com contas em atraso e registrados em cadastro de inadimplentes recuou -0,27% no mês de novembro, comparando com o mesmo período de 2018. Apesar de uma melhora, o número ainda é muito discreto. Para que os consumidores consigam colocar em dia as suas contas, especialistas dão dicas práticas e essenciais.

Os pagamentos do 13º salário injetaram dinheiro na economia brasileira. Por isso, é importante ficar atento, porque ele pode ter diversos usos. “Para quem está devendo, é preciso saber quanto e para quem está endividado. Pode tentar negociar uma parte do 13º. Então, por exemplo, se ainda vai presentear alguém, pode optar por pequenas lembranças, e se ainda vai fazer confraternização, pode dividir os valores com outras pessoas que irão participar. Isso é importante para tentar negociar as dívidas com o dinheiro do 13º ou, se não for possível negociar ainda, pode guardar esse dinheiro e aumentar a reserva para fazer a negociação depois”, indicou a contadora e CEO da Fharos Contabilidade, Dora Ramos.

Outra possibilidade é deixar uma reserva para o início do ano. “Para quem está trabalhando, recebe o 13°, o início do ano é pesado pelas despesas: IPTU, IPVA, material escolar, fatura alta pelas compras do fim do ano, além de ser mês de férias. Além disso, em fevereiro, entram os reajustes, como conta de telefone e mensalidade escolar, fazendo com que diminua a renda disponível das pessoas, a chamada restrição orçamentária. Então, é importante deixar uma reserva para não começar o ano limitado”, sugeriu o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) Rafael Ramos.

Com isso, organizar as finanças é uma boa dica: usar a referência de janeiro do ano passado para programar os pagamentos de janeiro deste ano. “Os gastos do final de ano é a pessoa que decide fazer, como compra de ceia e presentes. Já os gastos de janeiro você não decide, eles têm que ser cumpridos, como os pagamentos de impostos. Então, a pessoa pode calcular os gastos do mês de janeiro de 2019 para ter uma ideia de quanto precisa pagar em janeiro de 2020, isso porque o valor geralmente é um pouco mais alto, já que entram os reajustes”, orientou Dora.

No mesmo levantamento de inadimplência, a CNDL e o SPC Brasil divulgaram que as dívidas bancárias, que levam em consideração cartão de crédito, cheque especial e empréstimos, caíram 1,8% no mês de novembro. Como ainda é um número muito moderado, é fundamental ter consciência no uso do crédito. “É indicado limitar pagamentos de despesas financeiras, como crédito pessoal, financiamento, empréstimo e cartão de crédito. O ideal é limitar a 30% da renda esses gastos financeiros, isso porque existem as despesas correntes a serem cumpridas, como contas de água, energia e internet”, explicou Rafael.

Dora também concorda com o economista. “Para não começar o ano endividado, não se pode gastar o que não tem. Então evitar o cartão de crédito é importante para não comprometer os recursos”, indicou a contadora.

Ainda segundo o especialista, não é interessante o consumidor emprestar seu cartão para outras pessoas. “O dono do cartão tem obrigações a serem pagas e não pode arcar com riscos, caso a pessoa que pegou emprestado o cartão não faça o pagamento. Isso pode resultar em restrições no nome para o dono do cartão”, orientou Rafael.

E por falar em gastos do início do ano, Rafael sugere comprar com cuidado. “Pesquisar antes de comprar os itens de grandes despesas, como material escolar, é essencial. Tentar comprar em volume também é interessante, então pode juntar grupos de pais para comprar juntos e diminuir o valor dos objetos”, disse o economista. (FolhaPE)

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