PF abre investigação sobre petróleo cru em praias do Nordeste

PF abre investigação sobre petróleo cru em praias do Nordeste
A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para apurar a origem do petróleo cru encontrado em diversas praias nordestinas. De acordo com informações divulgadas hoje (2) pela PF, a ação foi tomada assim que surgiram as primeiras notícias do aparecimento de manchas de óleo nas praias ainda no mês de setembro. Ao todo, 114 locais foram poluídos pelo material, do litoral do Maranhão até o de Sergipe.
As investigações estão concentradas na Superintendência Regional da PF no Rio Grande do Norte, contando com a participação das áreas de combate aos crimes ambientais, de inteligência e de perícia. A PF afima que as diligências estão em andamento e contam com a participação de diversas instituições, dentre elas Ibama, Marinha, Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Ministério da Defesa (Censipam).
Nessa terça (1º), os estados nordestinos que tiveram praias sujas de petróleo cru anunciaram que iriam denunciar o caso à PF e ao Ministério Público Federal. A decisão foi tomada após reunião na vice-governadoria de Pernambuco com o Ibama, Marinha e representantes das agências estaduais de meio ambiente do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe e PE. Independentemente do resultado da investigação, há o entendimento de que se trata de um crime ambiental, já que o dano à natureza foi consumado.
Ao todo, 114 locais foram poluídos pelo material. “Se fosse um acidente, o responsável já teria comunicado às autoridades e procurado ajuda. Os seis estados presentes nessa reunião decidiram e vamos oficiar a PF e o MPF, para que se identifique a fonte causadora e para que isso não traga danos à economia, à população e, principalmente, ao meio ambiente”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti.

Segundo Bertotti, há duas hipóteses para o espalhamento de petróleo nas praias. A primeira é que possa ter sido causada pela lavagem do lastro de um navio, crime ambiental comum em outras épocas. Já a outra tese é de acidente com navio, que não teria sido comunicado às autoridades.
A análise do material é realizada pela Marinha. Até o momento, foram coletados mais de 40 amostras de conteúdo nos oito estados afetados (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe). No caso de PE, PB, AL e RN, os testes atestam ser petróleo cru. As outras localidades ainda aguardam anúncio dos resultados.
“Temos a identificação de todos os navios que passam pela costa brasileira. Vamos identificar, em um espaço amostral, quais os navios que passaram, ver as características deles e as embarcações suspeitas serão notificadas, para que apresentem amostras e possamos checá-las em nosso banco de dados”, pontua Maurício Bravo, capitão dos portos de Pernambuco. “É difícil, mas é possível chegar ao responsável pelo dano, desde que as amostras dos navios sejam coletadas”, acrescenta.  (DP)
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