Mudanças no horizonte: Número de ministérios pode diminuir
Para reduzir o tamanho da Esplanada, o governo estuda transformar seis ministérios em três. A proposta, no entanto, evita retirar militares da administração. Um texto preliminar, que avança no Ministério da Economia, prevê a união do Meio Ambiente com o Turismo, da Cidadania com Direitos Humanos e da Infraestrutura com o Desenvolvimento Regional. Falta definir, porém, quais ministros serão demitidos ou transformados em secretários nacionais. A questão é acompanhada de perto pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
As análises têm sido feitas pela Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, que também pretende cortar o número de secretarias e órgãos com status de ministério ligados à Presidência, como a Secretaria de Governo, a Secretaria-Geral da Presidência e o Gabinete de Segurança Institucional. O impacto financeiro do enxugamento ainda está sendo calculado pela pasta, que tenta se aproximar do “número ideal” de ministérios propostos por Paulo Guedes, de 15 ministérios e não 22, como atualmente.
Os militares que podem perder os cargos com a mudança estrutural da Esplanada são Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura; Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral; Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo; e Augusto Heleno, do GSI. “O prestígio dos ministros Tarcísio, Ramos e Heleno com o presidente (Jair Bolsonaro) é muito grande, eles não devem acabar afetados nesta transição. O texto, inclusive, ainda é discutido na Economia como uma ideia”, explica um técnico da pasta, que não quis ser identificado, lembrando que “o ministro Paulo Guedes ainda não aprovou nenhum projeto”.
Após a análise de Guedes, as proposições devem ser enviadas ao Congresso Nacional como medidas provisórias (MPs) até outubro. O Parlamento aprovou, em maio, uma MP de reforma administrativa, que não deve impedir novas mudanças. “O argumento seria a economia de dinheiro público, redução salarial e enxugamento no número de comissionados”, analisa o professor de Ciência Política da Universidade Estadual de Goiás (UEG) Felippo Madeira. Para o especialista, “o corte de ministérios fortaleceria o discurso do presidente sobre enxugamento e corte na própria carne”. (Correio Braziliense)