Força-tarefa da Lava Jato tentou articular impeachment de Gilmar Mendes

Após o resultado do primeiro turno das eleições de 2018, os procuradores que integram a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba consideraram articular um pedido de impeachment do ministro do STF, Gilmar Mendes – tratado como inimigo da operação. O fato foi revelado nos novos diálogos divulgados pelo site The Intercept em parceria com o UOL.

Deltan Dallagnol, chefe da operação em Curitiba, nutria certa animosidade em relação a Gilmar Mendes. No dia 10 de junho de 2018, uma entrevista do ministro ao jornal Estado de S. Paulo, deixou o procurador indignado com a maneira como Gilmar criticou o seu projeto chamado “10 medidas contra a corrupção”. Na ocasião, o ministro chegou a chamar algumas iniciativas de nazifascistas, considerando “coisa de tarado institucional”. Crítica a que Deltan retrucou em chat privado com os colegas da seguinte forma: “Vou responder dizendo que Gilmar é um brocha institucional”.
O resultado do primeiro turno da eleição de 2018 no Congresso foi classificado pelos procuradores como uma vitória. O fato de que 24 novatos assumiram a maior parte das cadeiras disputadas para reeleição no Senado gerou empolgação para o possível pedido de impeachment.

Ainda durante a apuração do primeiro turno, cenários para um possível impeachment começaram a ser traçados pelos procuradores no chat ‘Filhos de Januário 3’.
“Da pra sonhar com impeachment do gm [Gilmar Mendes]?”, perguntou o procurador Diogo Castor, então integrante da força-tarefa. A pergunta foi respondida por Laura Tessler: “Sonhar sempre pode, Diogo. Mas não tem chance de se concretizar”. (DP)
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