Novo desafio da internet faz vítima em escola de Olinda

Novo desafio da internet faz vítima em escola de Olinda
Baleia azul, Boneca Momo, Bird box, ingestão de cápsulas, inalação de desodorante. Não é de hoje que os chamados desafios da internet preocupam pais, responsáveis e professores. E um novo desafio, algo que mais parece acrobacia circense – uma espécie de “cama de gato” e brincadeira inconsequente, fez uma vítima em escola pública estadual em Olinda. Uma estudante, 15 anos, resolveu copiar o movimento da internet com alguns amigos, caiu e teve traumatismo craniano encefálico. Pouco mais de uma semana depois do ocorrido e de internada na Unidade de Traumatismo Intensivo (UTI), a garota teve alta hospitalar, voltou para casa e está retornando à escola, mas ainda se encontra em atendimento neurológico.
O acidente ocorreu no último dia 2, por volta das 13h. A mãe da jovem, uma corretora de imóveis, conta que recebeu uma ligação da vice-diretora da escola da filha, avisando que a garota havia caído e batido com cabeça no chão. Chegando ao hospital, a mãe encontrou a filha na sala de recepção: desorientada, enraivecida, dizendo palavrões, gritando com as enfermeiras, alternando consciência e inconsciência, sem fixar o olhar em ninguém. Não lembrava do próprio nome e não reconhecia a mãe nem o pai. Ao ser atendida, começou a vomitar sangue e a sentir fortes dores de cabeça, que não cediam à utilização dos remédios. Ficou internada dois dias na UTI e outros em quarto privado. O diagnóstico? Traumatismo craniano encefálico, pequenos sangramentos, fraturas internas no ouvido e próximas à mandíbula.
“Acredito que Deus salvou minha filha, pois a vi praticamente morta em cima da cama. Ela não se mexia, só fechava os olhos e respirava. Agora ela está melhor, mas ainda não sei se este episódio terá sequelas”, afirmou a mãe, que prefere não se identificar. A estudante ainda não lembra do que aconteceu durante e após a queda. O fato é que um dos amigos que a cercava perdeu o controle, não conseguiu sustentá-la e ela, aparentemente, de acordo com testemunhas, foi arremessada, batendo com a cabeça no chão e convulsionando. O garoto que socorreu a adolescente foi o mesmo que a levou à coordenação. “Não quero identificar em qual escola isso aconteceu, ainda, mas acredito que uma das falhas da instituição foi não ter alguém inspecionando o local, até para impedir um socorro inadequado. No desespero de ajudá-la, o garoto a retirou do chão, o que poderia ter ocasionado um problema maior, caso ela tivesse tido lesões na coluna”, completou, em entrevisa ao Diario.

Ao sair do hospital, a adolescente relatou ainda sentir fortes dores de cabeça em alguns momentos e o ouvido “entupido” em consequência da “brincadeira”. Ela tem um hematoma do lado posterior direito da cabeça, onde houve a batida no chão, vai passar por novos exames e terá atendimento psicológico. Na brincadeira, uma espécie de “cama de gato”, uma pessoa fica no meio enquanto as outras a rodeiam. Estas, de mãos dadas, seguram a região abaixo dos quadris e o tórax da que está no centro e a giram.

A mãe da garota conta que, ao conversar com funcionários da escola da filha, descobriu que a prática do desafio da internet era constante na unidade de ensino. “Eu nunca imaginaria que minha filha poderia fazer algo assim. Ela dizia que era babaca quem fazia estes tipos de desafio e olha o que aconteceu com ela”, afirmou. Preocupada com a possível repetição do caso da filha com outros estudantes, a mãe pede que os pais fiquem atentos aos filhos. E complementa: “Sinto que falhei porque vivo em uma adrenalina constante, no meu trabalho, mas acho muito importante que os pais acompanhem tudo o que seus filhos fazem, que compareçam à escola e monitorem o que eles veem na internet”. (DP)
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