“Moro me ajudou politicamente”, afirma Bolsonaro após convite

“Moro me ajudou politicamente”, afirma Bolsonaro após convite

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), definiu nesta quinta-feira (1º) o juiz Sérgio Moro como um “soldado que está indo à guerra sem medo de morrer” e afirmou que o magistrado terá mais poderes para combater a corrupção e o crime organizado no Ministério da Justiça do que teve até hoje à frente da 13ª Vara Federal Criminal em Curitiba. Em entrevista concedida em sua casa, no Rio de Janeiro, Bolsonaro se comparou a seu futuro ministro e disse que “cresceu politicamente” a partir de episódios como a Operação Lava Jato e o escândalo do mensalão.

“O trabalho dele foi muito bem feito. Em função do combate à corrupção e à Operação Lava Jato, as questões do mensalão, entre outras, me ajudaram a crescer, politicamente falando”, disse o presidente eleito.

Bolsonaro descartou a possibilidade de a Lava Jato ser enfraquecida com a saída de Moro de Curitiba, alegando que outros juízes vão assumir o trabalho que vinha sendo feito pelo futuro ministro. A magistrada substituta na 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, ficará à frente dos processos até que seja escolhido um novo juiz titular. O presidente eleito — que depois do atentado sofrido em setembro passado passou a contar com forte esquema de proteção em todos os seus deslocamentos — também comparou as restrições de segurança sofridas pelo magistrado às suas.

“Temos de reconhecer o trabalho dele. É um homem que perdeu a liberdade de comprar um pão na padaria, de passear com a família no shopping. Costumo dizer que não só ele, como eu, temos menos direito do que alguém com uma tornozeleira, tendo em vista a questão da segurança.”

Na eventualidade de abertura de uma futura de vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente eleito disse que não teria problema em perder o ministro para nomeá-lo para o posto. Em 2020, ao completar 75 anos, o ministro Celso de Mello terá de se aposentar compulsoriamente. No ano seguinte, outra vaga se abrirá com a saída de Marco Aurélio Mello. (AE)

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