Tema da redação do Enem não deve ser preocupação dos estudantes, aconselha especialista

Tema da redação do Enem não deve ser preocupação dos estudantes, aconselha especialista

Na virada do segundo semestre, quando o Exame Nacional do Ensino (Enem) começa a se aproximar, estudantes de todo do Brasil dão início a uma jornada de palpites sobre possíveis temas a serem trabalhados na redação da prova. Assuntos da atualidade, discussões que estiveram nas capas dos jornais, novas leis e acontecimentos marcantes, entram na lista de sugestões. Conhecido por propor temas de impacto social, em 2017 o Exame sugeriu que os estudantes refletissem sobre o “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.

Para a coordenadora do curso de Letras do Centro Universitário Internacional Uninter e orientadora do Pré-Enem Uninter, Paula Reis, apesar da óbvia importância de trazer à tona a discussão sobre inclusão de surdos na sociedade, o assunto pegou diversos candidatos de surpresa devido à falta de preparação para pensar em soluções. “Não foi o tema que os surpreendeu, mas, sim, o fato de não estarem ainda habituados a refletir sobre o que os rodeia”, acredita.

De acordo com a orientadora do Pré-Enem Uninter, os estudantes podem ficar tranquilos quanto ao assunto a ser cobrado na avaliação; o importante é canalizar energias de estudo em como pôr no papel seus argumentos sem perder na lógica quando confrontado com problemas. “Há uma infinidade de possíveis temas e que jamais serão esgotados. Além disso, ninguém oferecerá uma ideia brilhante capaz de sanar todos os problemas do mundo e os corretores sabem. Foque em oferecer soluções possíveis, pequenas mudanças com teor cidadão, mas efetivas. Já valem o ponto”, aconselha.

Na visão dos avaliadores do Exame, afirma, o mais importante é que o candidato consiga por meio das palavras e posicionamentos demonstrar noções claras de cidadania, de participação social. “O efeito surpresa do tema é justamente para detectar quem tem esse perfil”, ressalta Paula. Por isso, tentar descobrir o tema não deve ser uma preocupação dos estudantes: esqueça o discurso pronto e invista em reflexão sobre o que acontece no Brasil.

Cinco áreas de avaliação: como se sair bem

Uma das características mais fortes do Exame, explica Paula, é a exigência de propor soluções a problemas da sociedade de maneira argumentativa. Assim, o foco dos candidatos deve ser trabalhar seu potencial de criar conclusões frente às dificuldades sociais. “Nós vivemos em um país de desigualdades. O mais importante não é descobrir qual desigualdade será colocada em discussão, mas saber que existem e querer resolvê-las”, sugere a coordenadora.

Competência número 1  – Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.

Competência número 2 – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento, para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.

Competência número 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Competência número 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Competência número 5 – Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Na redação, são cinco áreas de avaliação; cada uma com valor máximo de 200 pontos. Ao fazer exercícios de treinamento, os estudantes devem ser “menos apaixonados” e pensar em detalhes como o domínio da Língua Portuguesa e construção de texto com começo, meio e fim. “Preocupem-se em saber como fazer rascunho sem rasurar o documento da prova, construir um texto com começo, meio e fim, a ser pontual e não se desesperar”.

No entanto, é importante que os estudantes fiquem atentos para não ferir a Constituição brasileira no texto. “É um concurso como qualquer outro de nível federal e que não permite expressão de ofensa, injúria ou calúnia no texto. Precisamos conscientizar os estudantes que preconceito não é opinião e jamais será um argumento válido”, finaliza.

Ascom UNINTER

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