Saúde precisando de UTI
O brasileiro não tem acesso a leitos em unidades de terapia intensiva, tanto no SUS quanto na rede hospitalar particular. A constatação é do Conselho Federal de Medicina (CFM), que mapeou a distribuição dos leitos de UTI entre os estados e as capitais. Segundo o levantamento, somente 532 dos cinco 5.570 municípios brasileiros oferecem esses leitos. E se considerados apenas os leitos de medicina intensiva da rede pública, apenas 466 destas cidades oferecem tratamento em UTI no país.
Esses números estão muito aquém das necessidades determinadas pelo Ministério da Saúde, que, em 2002, definiu em portaria os parâmetros mínimos a serem considerados na distribuição de leitos pelo país para o bom atendimento da população. À época, a norma recomendava que deveria existir de 2 a 3 leitos hospitalares para cada grupo de mil habitantes e que a oferta de leitos de UTI deveria ficar entre 4% e 10% do total de leitos hospitalares.
O presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina, Jecé Brandão, em entrevista ao programa Painel Eletrônico detalhou informações sobre essa situação da saúde no Brasil. Segundo ele, 16 anos depois, os parâmetros mínimos recomendados pelo Ministério da Saúde estão longe de serem considerados. Outra constatação do levantamento do CFM é que 25% dos leitos de UTI são ocupados por doentes terminais irreversíveis.
Para o médico Jecé Brandão, faltam gestão adequada e recursos suficientes para melhorar a situação. Ele explicou que a falta de UTI nos hospitais tem como impacto imediato mortes prematuras e profissionais doentes, que estão sofrendo da síndrome de Burnout, a doença do esgotamento profissional.
Com informações Câmara Notícias