Da cadeia, Lula operou até o último minuto para tentar garantir o PT no segundo turno
Mesmo da cadeia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu traçar uma estratégia na reta final das convenções partidárias para tentar garantir a presença do partido no segundo turno da eleição presidencial.
Ciente de que sua candidatura a presidente é praticamente impossível, por ser hoje inelegível, de acordo com a Lei da Ficha Limpa, Lula buscou desidratar adversários diretos, como Ciro Gomes (PDT), e atrair de volta para o campo petista aliados tradicionais, como o PCdoB e PSB.
Lula sabe que, fora da disputa presidencial, as chances de o PT estar na reta final das eleições dependiam do sucesso de uma articulação para garantir musculatura política para aquele que vier a substituí-lo na chapa petista, o ex-prefeito Fernando Haddad.
E o ex-presidente articulou até o último minuto, atraindo para o seu lado novamente o PCdoB, que concordou em ter Manuela D’Ávila como candidata a vice na chapa petista mais à frente, assim que ficar definida a sua situação jurídica.
Antes, Lula já havia trabalhado para evitar que o PSB se aliasse ao candidato do PDT, Ciro Gomes, que estava prestes a fechar uma aliança com os pessebistas. O PSB decidiu não apoiar oficialmente nenhum candidato, mas fechará alianças importantes nos estados com o PT, o que fortalece o futuro candidato petista à Presidência.
A decisão deste domingo (5), de colocar Fernando Haddad como vice na chapa de Lula, que será registrada no dia 15 de agosto, faz parte do plano petista de já garantir visibilidade àquele que deve assumir a cabeça de chapa no partido assim que ficar definida a situação jurídica do ex-presidente. (G1)