Mãe conta que filha morta na Nicarágua tinha medo da violência

Mãe conta que filha morta na Nicarágua tinha medo da violência

“Ela precisou sair do Brasil para conseguir estudar, realizar o sonho dela, e por causa disso perdeu a vida”, desabafa Maria José Costa, mãe da pernambucana Raynéia Lima, de 30 anos, morta na Nicarágua. Em meio ao luto, a enfermeira aposentada de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, pede que o corpo da filha seja trazido para o Brasil.

Raynéia falou, pela última vez com a mãe na manhã da segunda (23). “Ela me disse que estava indo para o plantão, então eu disse para a gente deixar para conversar mais tarde, quando ela estivesse de volta em casa. Mas esse mais tarde não aconteceu”, conta Maria José, destacando que viu a filha ao vivo pela última vez no final de 2014. “Ela me disse que o gasto para ela vir ao Brasil era muito alto, que precisa desse dinheiro para pagar as contas lá. Então, ficamos nos falando pelo Skype e por celular”, lamenta.

A pernambucana, que estava na Nicarágua desde 2013, costumava relatar para a mãe a situação no país. “Ela dizia sempre que estava com medo, que tinha um toque de recolher, e eu dizia ‘não ande só, arrume alguém para ir com você’. Uma amiga dela, também aqui de Pernambuco, até voltou com medo. Mas ela ficou, estava tudo planejado para ela voltar entre março e abril de 2019, pois já tinha terminado a faculdade e estava fazendo residência”, explica a mãe.

Até o fim da tarde desta terça-feira (24), Maria José ainda não havia recebido informações oficiais sobre a morte da filha. “Não sei quando o corpo da minha filha vai poder vir para o Brasil para ter um enterro digno”, diz emocionada a mãe. (JC)

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